Texto por Rosani Andreani
Informações inéditas da evolução da música de propaganda ao longo de 70 anos de história no Brasil estão reunidas nessa obra, dedicada exclusivamente às origens das partituras e dos discos de propaganda.
As formas de “seduzir” o consumidor são muitas e se aperfeiçoaram durante o século XIX e, em particular, no século XX. A música de propaganda foi um recurso fundamental para valorizar e ajudar a vender produtos em distintos tempos e lugares. E é essa a história retratada no livro Música e Propaganda, do pesquisador, editor e arquiteto Paulo Cezar Alves Goulart, que traça um esboço histórico da música de propaganda, entre 1850 e 1935. Nesse estudo, o autor investiga as singularidades essenciais presentes nas raízes dos pregões, partituras e discos de propaganda e que iriam moldar seu formato definitivo nos jingles do rádio.
A obra transita pelos vários percursos publicitários existentes. Veja alguns trechos do livro:
Na Ilha do Governador, na Freguesia, RJ, estava instalada a Fábrica Guanabara de Sulphoreto. (...) Para divulgar seu principal produto, distribuíram, em 1888, a partitura Viva o Formicida Guanabara (SANTINHO, 2009), polca para piano composta por Enrico Borgongino e "Offerecida aos Fazendeiros". (...) "Ela não tinha letra, mas em dois momentos durante a música (que era muito dançante), o pianista parava e gritava: ´Viva o Formicida Guanabara!´ e todos tinham que dar um ´vivaaaaa!´. Excelente estratégia para a época".
"Na casa Baruel, á rua Direita n. 1, começa hoje a distribuição gratuita de uma bellissima composição musical do fecundo talento do maestro J. F. Freire Junior, constando de um exemplar com uma linda valsa e uma sublime quadrilha para piano, intitulada o Sabonete Japonez na Ponta, sendo uma distribuição feita aos compradores do afamado sabonete, que torna a cútis fina e assetinada, dando-lhe beleza, attractivos e encanto, livrando-a das manchas, pannos, sardas, caspas, etc. e que custa um 1$000 réis e caixa de três 4$000 réis."
Dessa década de 1910 é Acayaba É Bom Cognac (BN). Maxixe de Chagas Jr., com letra de J. Felizardo (foi) "Cantado pela primeira vez pelos correctos artistas Celeste Reis e Paulo Ferraz". O poder curativo do produto é registrado nos versos da partitura: Quem quizer viver contente Batendo seu corta-jáca, Consegue-o, mui facilmente, Usando só Acayaba!
O foxtrote Sudan integrou a apresentação instrumental que Américo Jacomino fez no dia 29 de março de 1925, na Sociedade Rádio Educadora Paulista. Essa participação de Canhoto revelaria um evento singular. O foxtrote Sudan, apresentado por banjo e piano na ocasião, iria se tornar, dessa forma, a primeira transmissão de uma música de propaganda através do rádio, naquele 1925.
Elaborado a partir de consultas em livros, artigos, pesquisas acadêmicas, sites especializados e acervos onde se encontram os documentos originais, a obra reproduz uma série de imagens inéditas (partituras, capas, ilustrações), oriundas, principalmente, do Acervo da Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro) e da Discoteca Oneyda Alvarenga (São Paulo).
Duas dessas imagens estão sendo reproduzidas pela primeira vez em uma publicação: uma, a mais antiga que se conhece até o momento (1867), registra um compositor entregando ao editor de jornal uma partitura de propaganda; outra, veiculada em revista no início do século XX, registra uma mulher interpretando ao piano uma partitura de propaganda.
A pesquisa detalhada e a possibilidade de compreender um inédito aspecto do pensamento publicitário do século XIX nos levam a “devorar” esse texto, ponto de partida para futuros estudos sobre a fascinante arte de bem vender. As informações inéditas e a análise da evolução da música de propaganda, em 70 anos de história no Brasil, tornam a obra uma publicação de referência sobre o tema para profissionais, estudantes, professores, pesquisadores, empresas e instituições relacionadas ao jingle, à publicidade e à música popular brasileira bem como interessados na memória cultural do país.
Características gráficas
Título Música e Propaganda
Autor Paulo Cezar Alves Goulart
Editora A9 Editora
ISBN 978-85-64712-00-3
Formato 17 x 24cm
Páginas 160 (+guardas)
Miolo Impresso em uma cor, ilustrado
Acabamento Capa dura, colorida
Tiragem 1000 exemplares
Preço R$ 65,00
A obra transita pelos vários percursos publicitários existentes. Veja alguns trechos do livro:
Na Ilha do Governador, na Freguesia, RJ, estava instalada a Fábrica Guanabara de Sulphoreto. (...) Para divulgar seu principal produto, distribuíram, em 1888, a partitura Viva o Formicida Guanabara (SANTINHO, 2009), polca para piano composta por Enrico Borgongino e "Offerecida aos Fazendeiros". (...) "Ela não tinha letra, mas em dois momentos durante a música (que era muito dançante), o pianista parava e gritava: ´Viva o Formicida Guanabara!´ e todos tinham que dar um ´vivaaaaa!´. Excelente estratégia para a época".
"Na casa Baruel, á rua Direita n. 1, começa hoje a distribuição gratuita de uma bellissima composição musical do fecundo talento do maestro J. F. Freire Junior, constando de um exemplar com uma linda valsa e uma sublime quadrilha para piano, intitulada o Sabonete Japonez na Ponta, sendo uma distribuição feita aos compradores do afamado sabonete, que torna a cútis fina e assetinada, dando-lhe beleza, attractivos e encanto, livrando-a das manchas, pannos, sardas, caspas, etc. e que custa um 1$000 réis e caixa de três 4$000 réis."
Dessa década de 1910 é Acayaba É Bom Cognac (BN). Maxixe de Chagas Jr., com letra de J. Felizardo (foi) "Cantado pela primeira vez pelos correctos artistas Celeste Reis e Paulo Ferraz". O poder curativo do produto é registrado nos versos da partitura: Quem quizer viver contente Batendo seu corta-jáca, Consegue-o, mui facilmente, Usando só Acayaba!
O foxtrote Sudan integrou a apresentação instrumental que Américo Jacomino fez no dia 29 de março de 1925, na Sociedade Rádio Educadora Paulista. Essa participação de Canhoto revelaria um evento singular. O foxtrote Sudan, apresentado por banjo e piano na ocasião, iria se tornar, dessa forma, a primeira transmissão de uma música de propaganda através do rádio, naquele 1925.
Elaborado a partir de consultas em livros, artigos, pesquisas acadêmicas, sites especializados e acervos onde se encontram os documentos originais, a obra reproduz uma série de imagens inéditas (partituras, capas, ilustrações), oriundas, principalmente, do Acervo da Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro) e da Discoteca Oneyda Alvarenga (São Paulo).
Duas dessas imagens estão sendo reproduzidas pela primeira vez em uma publicação: uma, a mais antiga que se conhece até o momento (1867), registra um compositor entregando ao editor de jornal uma partitura de propaganda; outra, veiculada em revista no início do século XX, registra uma mulher interpretando ao piano uma partitura de propaganda.
A pesquisa detalhada e a possibilidade de compreender um inédito aspecto do pensamento publicitário do século XIX nos levam a “devorar” esse texto, ponto de partida para futuros estudos sobre a fascinante arte de bem vender. As informações inéditas e a análise da evolução da música de propaganda, em 70 anos de história no Brasil, tornam a obra uma publicação de referência sobre o tema para profissionais, estudantes, professores, pesquisadores, empresas e instituições relacionadas ao jingle, à publicidade e à música popular brasileira bem como interessados na memória cultural do país.
Características gráficas
Título Música e Propaganda
Autor Paulo Cezar Alves Goulart
Editora A9 Editora
ISBN 978-85-64712-00-3
Formato 17 x 24cm
Páginas 160 (+guardas)
Miolo Impresso em uma cor, ilustrado
Acabamento Capa dura, colorida
Tiragem 1000 exemplares
Preço R$ 65,00
Informações e aquisição
www.musicaepropaganda.com.br
Atendimento
Marisa de Paula Souza
marisa.souza@a9editora.com.br
11 4158.4113 / 8344.1929
Ou através do formulário em nossa página.
Sobre o Autor
Paulo Cezar Alves Goulart tem, entre suas pesquisas publicadas, O Mascate e a Figurinha (2005); Imagens do Território Paulista, Municípios e Distritos do Estado de São Paulo, Quadro do Desmembramento Administrativo e Territorial do Estado de São Paulo (estes três editados pelo Instituto Geográfico e Cartográfico, onde atuou no projeto e coordenação destas publicações); História da Papelaria (Full Time Editora, 1995/1996); A rede de águas pluviais em São Paulo (Agenda Construdaotro, 1994); Inundações – São Paulo, de Piratininga a 1900 (Agenda Construdaotro, 1993); Figurinhas: histórias para colecionar (Catálogo de Exposição do SESC Campestre, 1986); Algo de Figurinhas (Catálogo de Exposição no Centro Cultural São Paulo, 1986); A venda de jornais no século XIX (D.O. Leitura, 1985); A bula de nossos avós (D.O. Leitura, 1985); 50 anos de figurinhas difíceis (D.O. Leitura, 1984); e Noticiario Geral da Photographia Paulistana (co-autoria com Ricardo Mendes, edição IMESP-Imprensa Oficial do Estado e CCSP-Centro Cultural São Paulo, 2007).
Este último obteve o primeiro lugar na 50ª edição do Prêmio Jabuti, em 2008, na categoria ‘Arquitetura, Urbanismo, Fotografia, Comunicações e Artes’. Nesse mesmo ano a obra foi reconhecida como o ‘Melhor livro sobre São Paulo’, no 3º Prêmio Literário José Celestino Bourroul.
Fonte: A9 Editora
Este último obteve o primeiro lugar na 50ª edição do Prêmio Jabuti, em 2008, na categoria ‘Arquitetura, Urbanismo, Fotografia, Comunicações e Artes’. Nesse mesmo ano a obra foi reconhecida como o ‘Melhor livro sobre São Paulo’, no 3º Prêmio Literário José Celestino Bourroul.
Fonte: A9 Editora
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