Invariavelmente você passará, e mais de uma vez no
decorrer de sua vida, por dilemas acerca dos caminhos a seguir em busca da tão almejada
felicidade.
São situações únicas nas quais escolhas precisam ser
feitas, decisões devem ser tomadas e a protelação apenas alimenta e aumenta a
angústia, a ansiedade, a frustração e a insatisfação.
Nestas ocasiões, é comum declarar não saber o que se quer. Decerto, os
primeiros questionamentos são com relação ao sentido da própria vida, levando
ao entendimento de que se trata de uma “crise existencial”, na qual imperam o
vazio e o caos.
O fato é que este é um momento singular para grande
reflexão pessoal a fim de identificar, reconhecer e enfrentar esta crise. É
hora de questionar valores, encontrar novas referências, compreender
transformações, acolher mudanças ou promover rupturas. Você controla seus
pensamentos, amadurece suas emoções e decide sair da zona de conforto, abandonando
o comodismo e o conformismo, buscando soluções para seus problemas em lugar de
culpados.
Por se tratar de um processo, não é algo que será
resolvido em um único final de semana. Por isso, é importante ter paciência e
dar tempo ao tempo. Interprete esta fase como um período de aprendizado que
poderá levar você ao crescimento, à evolução e à superação.
Lembre-se de formular muitas perguntas – e buscar
respostas para a maioria delas. E embora as tais respostas devam vir de você
mesmo, convém consultar terceiros, porém com parcimônia, pois respostas
desencontradas podem mais desorientar do que ajudar.
Saber o que não
quer, também é um grande progresso. Assim é o estudante diante da escolha
de qual carreira seguir, que embora frente a múltiplas possibilidades, tem ao
menos a convicção de que selecionar Administração exclui Medicina, uma
inclinação ao Direito enfraquece a opção por Engenharia, e vice-versa.
O profissional em transição de carreira pode ter
dúvidas entre pedir demissão e procurar outra empresa, tornar-se consultor,
abrir um empreendimento próprio, fazer um concurso público ou mesmo tirar um
período sabático para reflexão. Mas será um grande avanço saber que não
pretende continuar em seu atual emprego, posto que desestimulado seja pela
falta de desafios, oportunidades, reconhecimento ou clima organizacional
agradável.
Analogamente, um relacionamento conjugal desgastado,
arrasta-se e sucumbe de tal forma que a separação não decorre porque se deseja
ficar só ou buscar a companhia de outra pessoa, mas apenas porque não se deseja
continuar ao lado de quem está hoje.
Nossa vida, nos dias atuais, tornou-se alienante,
diante de sua rapidez e senso constante de urgência. Deixamos de valorizar o
que temos para projetar o que não temos, com base nas imposições da sociedade e
no ideal de status.
O que realmente vale a pena é aquilo que nos traz
serenidade, sossego e paz de espírito. Que nos permite sorrir de forma
autêntica e compartilhar da convivência das pessoas que apreciamos. Que nos
possibilita recostar a cabeça no travesseiro no final do dia e dormir o sono
leve, acolhedor e reconfortante de quem fez o melhor e se prepara para um novo
e edificante amanhecer.
* Tom
Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17
países. É autor de “Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira, liderança e
comportamento” (Flor de Liz, 2011), “Sete Vidas – Lições para construir seu
equilíbrio pessoal e profissional” (Saraiva, 2008) e coautor de outros cinco
livros. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite:
www.tomcoelho.com.br.
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