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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Que país queremos?

Quais as questões que fazem você refletir sobre o país em que vive? Quais os quesitos que você põe na balança, para fazer suas escolhas, inclusive no período eleitoral? Quando se pensa em escolha de um gestor para o país, pode-se ter em conta desde as questões mais concretas e simples do nosso dia a dia até aspectos mais complexos: base jurídica de um estado, estrutura, políticas, programas, gente e... dinheiro, não pouco, para tocar tudo isso. E, de onde vem essa dinheirama? Daquilo que é arrecadado junto ao contribuinte: eu, você e (quase) todos demais.

A arrecadação (captação, gerência e destinação dos recursos – além dos pontos de vazão neste trajeto) é um dos componentes basilares de se pensar o país, mas que tão pouco o senso comum se dá conta ou tem acesso.

Um país não se resume à sua arrecadação, é evidente. Mas, é um componente primordial que se reflete no tamanho que o país pode ser. E, quando há crescimento significativo (como no Brasil, que passou dos 245 bilhões de reais, em 2002, para presumidos 900 bilhões, só no âmbito federal), como isto é processado e chega até nós – aqueles que contribuem para esta arrecadação?

Se você olhar em volta e acompanhar as notícias, há muito por ser acertado, mas é razoavelmente visível que o país está em outro patamar econômico. Isto é um ganho? Sem dúvida. Uns ganham de um modo lícito; outros, nem tanto.

Na esteira deste perfil, surgem dúvidas: será que chegamos ao ponto de quanto mais generosa a arrecadação, menor é o apetite pela corrupção e maior a determinação política de combatê-la? Mais confiáveis se tornam os parlamentares, executivos e todos aqueles que transitam pelo acesso e destinação dos recursos? Por que tantos cargos de confiança reforçam a sensação oposta? Será que o crescimento e o que se proclama a partir dele é suficiente para tornar inexistentes ou pouco relevantes os desvios de ordem diversa que existiram e poderão continuar existindo? Será que esta expressiva fartura (para nossa média histórica), torna mais viva a tendência de se manifestarem reflexões críticas ou, ao invés disso, de emergir mais fisiologismo? Será que este cantado céu de brigadeiro vai continuar autorizando associações no mínimo duvidosas e um continuado passar a mão na cabeça de tantos convenientes lesa-pátria? Será que quem assumir vai manter ou vai tentar mudar o cenário destas nefastas (in)certezas? Ou isto, realmente, não tem a menor importância?

Será que teremos sinais de mudança e o crescimento, para além das riquezas do país, há de fazer superar suas mazelas congênitas e começar a incluir a ética no seu modo de ser? Será que vamos superar a pequenez de achar que o crescimento econômico – desejável, imprescindível como a justiça social e que tem como importante lastro a arrecadação, sem dúvida – é condição suficiente para continuar apostando neste modelo (sedutor, carismático) cujo preço tem sido favorecimentos notórios e incólumes? Ou, realmente, tá no sangue: a ética pode (sempre mais uma vez) esperar?

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